05. Ouro Preto V - A Casa dos Contos

4º e último dia – Clima de despedida.

Não tive muita sorte quanto ao tempo, pois mais uma vez saí da pousada debaixo de chuva, só que dessa vez fiz um caminho diferente pra chegar à Rua São José que fica no centro.

Igreja do Rosário

No caminho encontrei a igreja do Rosário que com suas formas arredondadas e pórtico fechado, foi construído pela Irmandade do Rosário dos Pretos no lugar de uma antiga capela de 1709. A construção foi concluída em 1785 e é um notável exemplo da influência barroca na arquitetura religiosa mineira. Em seus altares laterais, estão todos os santos negros mais venerados em Vila Rica: Santa Efigênia, Santo Elesbão, São Benedito e Santo Antonio de Noto.

Continuei seguindo até o centro e as ruas ainda estavam calmas. O comércio da Rua São José estava acordando aos poucos.

Rua São José

Finalmente cheguei ao Museu da Casa dos Contos.

Casa dos Contos - 1º andar

A Casa dos Contos em 1784 foi residência destinada ao recolhimento de impostos. Em 1789 serviu de prisão nobre de inconfidentes e “Administração e Contabilidade Pública da Capitania de Minas Gerais”. Recebeu acréscimos físicos como o destinado à “Casa de Fundição e da Moeda”.

Casa da Moeda

No museu, exposição de móveis, objetos e livros do século XVIII, além de abrigar no 1º andar a “Casa da Moeda” parte em que mostra toda a trajetória das trocas de mercadorias e do dinheiro até hoje.

O mirante (2º andar- lugar mais alto da casa)- está exposto o “livro de ouro” que é o Livro de Actas aberto e assinado quando da visita do imperador à Casa dos Contos. Do mirante pode-se ver a casa dos inconfidentes.

O Mirante

A parte térrea abriga exposição de pinturas de diversos artistas locais e anexo a cozinha da casa – “a cozinha dos escravos” como é chamada, ainda com o forno, e a vala destinada à passagem de água corrente vinda dos pequenos canais e rios.

Numa das salas do térreo - Pinturas de artistas variados.

No “subsolo” está a antiga senzala da casa (é proibido tirar fotos). É um ambiente muito pesado, pois expõe tudo relacionado à escravidão da época, instrumentos de torturas, algemas de todos os tipos, chicotes de todos os tipos, mordaças e etc. Há a exposição de um jornal com alguns anúncios da época, entre eles um “Leilão de Escravos”. Mas também expõe vários objetos como uma cadeira de dentista de 1869, pilões, caldeiras, espadas, louças, adagas, espadas, baús e etc.

Sala do térreo - onde Claudio Manoel da Costa foi encontrado morto.

Do pátio da casa, há uma passagem entre árvores e muito verde até a igreja do Pilar ou á rodoviária, mas como estava chovendo muito, acabei desistindo do trajeto e segui para almoçar uma comidinha mineira no centro.

Do pátio: "trilha" sentido igreja do Pilar ou rodoviária.

Após o almoço segui para o Museu Casa Guignard.

Alberto da Veiga Guignard é considerado um dos maiores desenhistas brasileiros do século XX.
Encantado pela paisagem das cidades históricas de Minas Gerais, principalmente Ouro Preto, mostrou o tema em obras que impôs ao respeito e admiração do Brasil.
No museu estão expostas, suas fotos, alguns cartões desenhados a mão, algumas de suas pinturas e objetos pertencentes a ele e os seus próximos.

Foto de Guignard no museu.

Bom, infelizmente meu passeio terminou por aí, tive que seguir a pousada para arrumar minhas coisas e partir, com aperto no coração de deixar uma cidade tão linda e com tanta coisa ainda por conhecer e apreciar.

Museu Casa Guignard

*No próximo post, minhas considerações finais ou querem que eu fale mais da Escola de Minas? (até parece que alguém tá lendo isso aqui…rs).
(+) Fotos estão no meu Facebook.