Repúdio!
Os preconceitos, meu amigo, são os reis do vulgo.
Voltaire
Eu nunca fui uma pessoa politicamente engajada, mas acompanhei a última eleição no país.
Achei bacana as pessoas da minha idade e os mais jovens participarem ativamente com opiniões e sugestões de mudança para o país.
Acho que a participação não deveria ser só na época de eleições, mas sempre.
Mas daí, após o resultado que Dilma do PT foi eleita, choveu comentários preconceituosos nas redes sociais contra nordestinos porque boa parte dos votos da eleita vieram do norte e nordeste.
E sabe o que mais me impressiona? É que esse comentários não vieram de ignorantes e analfabetos e sim de universitários, jovens que estudam ou estudaram nos melhores colégios com grau de instrução e vida elevados.
Me pergunto onde está a inteligência desses seres que se auto intitulam superiores apenas porque nasceram em determinada região do país. Talvez faltaram nas aulas de História e Geografia ou não leem os jornais.
São jovens alienados ao próprio mundinho (sua própria região) que preferem sustentar a Disney World a conhecer as nossas belezas naturais e cidades.
Sabe o que me deixa mais triste? É que esses comentários “separatistas” vieram de amigos ou pessoas próximas a mim.
Engraçado que essas pessoas se dizem reconhecer um nordestino de longe por causa da “cabeça chata”, mas bem ao lado deles o tempo todo há filhos de nordestinos. Eu sou filha de nordestinos e tenho orgulho disso, assim como gosto da cidade que nasci que é São Paulo, pois foi construída por esses mesmos nordestinos que os “paulistas” julgam ignorantes. Cada prédio erguido na cidade e cada sushi que você come em algum restaurante de São Paulo, cada produto que você consome, é feito por um nordestinotambém.
Se não fosse pelos nordestinos (que infelizmente precisam sair de suas cidades natais, deixar sua família e sua história para tentar sobreviver em outros lugares) a cidade não seria o que é hoje, com sua diversidade cultural e gastronômica.
É engraçado como São Paulo e outros estados do sul concentram a maior parte de japoneses, italianos, alemães, árabes, chineses e etc, mas ninguém fala nada. “Ah, é de fora do Brasil” então, tá bom. Tratamos bem os estrangeiros e quando somos nós que precisamos ir para o país deles nos submetemos ao que eles querem por lá.
Agora, minha última pergunta: o futuro do país está nas mãos dessas pessoas? Como exigir algo do governo se nós mesmos não nos respeitamos?
Só lembrando que não estou defendendo partido ou candidatos, isto é apenas um desabafo contra a discriminação em todas as suas formas.
É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram.
Voltaire
“O povo brasileiro, renegado à ignorância que lhe é peculiar, tenta encontrar uma lacuna dentro dos erros cometidos pela nação.” (Mara Vanessa)
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